Há pessoas que vivem como pássaro na gaiola.
Vivem o que as grades permitem viver. Se alimentam do que encontram na gaiola. Voam no espaço da gaiola. Sabem tudo o que acontece dentro da gaiola. Até conhecem o que acontece fora dela, mas é uma paisagem vislumbrada somente a partir da gaiola.
Mas há algo que não sabem: de que cor a gaiola é pintada por fora? É impossível saber, a não ser que se arrisquem a sair da gaiola.
Há quem crie a ilusão de liberdade, abrindo portas de comunicação entre gaiolas. É a ampliação do habitat engaiolado, algo como um grande viveiro, uma gaiola maior, onde cabem muitos pássaros.
Muitos dirão: para que sair do conforto da gaiola? Aqui tenho tudo o que preciso, convivo com meus pares, conheço a linguagem, sigo por caminhos já trilhados, tudo aqui é familiar.
Sair da gaiola não é fácil. Pois as gaiolas oferecem vários benefícios. Mas o preço é alto: as grades não permitem sair e voltar, voar livremente. Não existe a possibilidade de experimentar o novo, o que não existe na gaiola.
Por maior que seja a gaiola, sem sair de dentro dela, você nunca saberá de que cor é a gaiola por fora!
Regina Migliori
Regina Migliori dedica-se a desenvolver o potencial ético e benéfico das pessoas, organizações e comunidades. Atua tanto na pesquisa acadêmica, como na implantação de projetos junto a governos, empresas, organismos internacionais e instituições de educação. Sua formação é multidisciplinar, o que lhe permite atuar em diferentes contextos: é Bacharel em Letras e Bacharel em Direito pela Universidade Mackenzie, Pós-Graduada em Neuropsicologia pelo CDN-UNIFESP; é a única instrutora certificada no Brasil pelo International Buddhist Academy (Katmandu/Nepal) e pela Fundação Sakya (Espanha), como Instrutora em Meditação Budista, com profundo conhecimento das práticas e da psicologia budista e sua adequação a contextos laicos.
Participou de cursos e pesquisas com Geshe Lobsang Tenzin Negi, Ph.D no programa CBCT- Cognitively-Based CompassionTraining da Emory University; com Alan Walace, do Instituto Santa Bárbara de Estudos da Consciência (EUA); no Mosteiro Sakya Tsarpa Thupten Dekyid Oedbar Ling; The International Buddhist Academy (IBA); The Sakya College; pesquisou sobre práticas contemplativas aplicadas à educação em diversas instituições, entre elas The Sakya Centre; Thubten Namgyal Ling: The Sakya Institute; Tibetan Homes Schools - instituição de educação estabelecida pelo Dalai Lama em 1962. É Consultora em Cultura de Paz da UNESCO, professora nos MBAs da Fundação Getúlio Vargas, professora da UMAPAZ-Universidade do Meio Ambiente e Cultura de Paz de São Paulo; Professora convidada na UNIFESP nas áreas de saúde, educação e transdisciplinaridade; Foi Diretora de Sustentabilidade do CIESP. Foi "case" internacional, na Universidade de Toronto. É palestrante, articulista em diversos meios de comunicação, autora de livros e programas de e-learning. E o mais importante: acredita que todas as pessoas podem desenvolver seu nível de excelência, e trabalha para isso com muito entusiasmo!